terça-feira, 11 de julho de 2017

Inside (Ou o Sustentável peso do fictício) Pt. V

CAPITULO V – VOCÊ ENTENDEU POR QUE NÃO VÊ A LUZ DO DIA?


A vontade dizer “oi meu amor, você voltou” era grande, mas ele estava bravo comigo, seria muita sacanagem, mas a presença dele me alegrou, acabou, vou finalmente respirar direito, sentir menos dor, vou usar camisetas apertadas e não vai ficar um buraco marcado nela e nem vou mais sujar as roupas de sangue só por estar com elas.
Eu sorri e perguntei o que ele carregava numa sacola muito pequena que ele carregava. Ele foi direto, porém sem esconder seu cansaço disse:
- Amigo... Precisamos conversar.
A gente sentou no sofá, liguei a tv, passava o jornal da madrugada na Band News, não sabia o que dizer, até que perguntei:
 - Afinal, por que você quis sair de novo? E por que você ta assim, ta machucado?
Ele, com aqueles olhos pequenos me assustava, eram olhos não envoltos de pele ou de pelos dentro de um globo ocular natural e anatômico, eram olhos meio saltados que me assustavam por não parecer naturais, eles estavam baixos, até que olharam diretamente pra mim, pareciam olhos de peixes vivos colados com Super Bonder em um coração dilacerado, olhos loucos, que da boca que era um simples buraco sem lábios que era fácil ver alguns dentes, que nem busquei entender o como eles nasceram num musculo sem ossos e que teoricamente nunca precisaria de dentes para sobreviver:
- De novo, eu fui pros confins do mundo pra corrigir suas cagadas e a vitima dela quase me matou com um martelo de amaciar carne.
Não sabia o que dizer, houve um silencio mortal, mas curto, logo perguntei:
 - Por que você faz isso? Isso não faz mal pra você? Eu sempre fico muito mais cansado quando você não esta. A gente precisa um do outro, eu acredito nisso. Se eu te fiz algo me desculpa eu não percebi.
- A culpa não é minha, se toca disso. Serio, agora e eu entendo a dor da isabela, e eu to muito puto com você.
A cada momento que eu falava eu me sentia menor, oprimido. Minha pequena sala ficava MENOR, MENOR, E CADA VEZ menor, mínimo. Eu pensava se sempre que minha mãe dizia que eu tinha coração grande, era uma situação dessa que ela imagina que eu iria passar, crescer e sumir, A tristeza naquele momento, eu não sentia, nem a alegria, nem a raiva que meu coração sentia naquele momento, a raiva de mim mas não a raiva de mim mesmo.
Uma entidade independente, que cresceu e amadureceu diferente de mim, que não aprende, que não cresceu, e esta amadurecendo e os problemas psicológicos são segurança para os que não entendem o mundo. Depressivos são poucos comparados aos que são melancólicos e infelizes mas todos tem uma chance, ou arrumam a casa, ou jogam tudo debaixo do tapete e infelizmente demorei para entender isso, só fui entender no momento que meu coração se deitou sobre a minha mão e disse:
- Você me culpa pela merda que você é, você não é único, você tem seu emprego, casa que no fundo você escolheu passar por isso, claro que as opções são poucas, mas de todas as decisões que mudaram sua vida você deve lembrar de no máximo duas.
Sabia que os sentimentos são criados na sua cabeça? e que os japoneses do período feudal sentiam o amor na barriga?
 - Mas... Mas...
Eu não sabia o que responder, mas queria responder, então eu perguntei:
- Por que você saiu pela primeira vez? Quando você voltou eu nem percebi que tinha chegado, nunca tinha dito nada.
Ele de maneira fria respondeu.
- Eu só queria viver, ter sentimentos, eu viajei na garupa de caminhões, conversei com todos os bêbados e loucos de BR que eu achei pelo caminho. Eu fui gentil, engoli preconceitos da humanidade e não disseminei nenhum tipo de ódio, disse bom dia para qualquer um que me vesse, me chutaram, outros me amaram, a maioria pobre igual a você, mas nem todos eram pobres financeiramente, mas sim de espirito. Não suportei ver você se vender a tanta coisa inútil e isso te fazer mau. Eu tive que sair.
Conversa veio e conversa foi. Eu tinha a convicção do lixo que eu era e como deveria me concertar. No final de tudo, viramos amigos pois vivemos juntos a vida toda, lembrando do meu primeiro beijo e do momento que eu ouvi “No surprises” do Radiohead, tocando na rádio, entre as paradas de sucesso e do dia do meu casamento, o dia mais feliz da minha vida. Ele pegou a sacolinha e disse:
- Tira a camisa, vamos dormir.
Abri um sorriso e fiz o que ele mandou, ele me escalou, se encaixou deixado só os braços pra fora, ele tirou um negocio meio esbranquiçado e o comeu de uma vez, deu pra saber que era crocante pelo barulho que fez a mastigação, eu perguntei:
- Somos realmente amigos a partir de agora?
Ele demorou pra responder devido a mastigação, e quando engoliu comecei a sentir novamente os batimentos e o sangue correndo pelas veias, mas parecia que algo queimava por dentro, estava doendo muito, minha garganta pareica que começava a fechar, então ele respondeu:
- Você diz que via mudar, mas no fundo não muda, já disse isso milhares de vezes, mas ainda é a mesma coisa, eu não acredito em você, nunca serei feliz com você.
A dor começou a aumentar:
- O que você comeu? O que é isso!?
Meu coração respondeu:
- Um pedaço de maçã regado a Cianureto de potássio.

FIM.

terça-feira, 4 de julho de 2017

Inside (Ou o Sustentável peso do fictício) Pt. IV

PARTE IV – CORAGEM

Eu a encontrei finalmente, após andar muito, horas me irritando com o som dos meus passos, horas amando a liberdade. Se um dia eu querer enriquecer eu farei sapatos para corações aventureiros como eu, o asfalto machuca muito, temos que ficar correndo das pessoas que não olham para baixo à não ser se fora para olha a tela  de seus celulares e quando algum animal resolve tentar nos comer, eu tive que matar um pássaro e um rato usando uma faca de plástico suja de lasanha, mas eu a encontrei, sim, eu a encontrei ela no Cambuí, ela passou por mim como se nunca tivesse me visto na vida, ela me conhece muito bem, sei disso. Comecei a segui-la até ela entrar na farmácia, estava cansado demais, mas não podia perder a oportunidade. Ela pegou dois pacotes de absorventes e passou pela sessão de dietéticos e chegou na prateleira de preservativos, colocou um na cesta de comprar, e dois pacotes na bolsa de colo que carregava bem junta a cesta, quando ela ia colocar dois tubos de lubrificante na bolsa eu disse
- Precisas realmente roubar para sentir prazer?
Ela se assustou e deixou os tubos caírem, deu um grito e correu, deixando a cesta quase cair em ciam de mim, o dono da farmácia se assustou e ficou sem entender o que aconteceu e permaneceu parado no balcão vendo a cena. Senti uma grnade euforia e corri tanto que consegui alcança-la:
- Isa espera. Eu quero conversar.
Ela parou gélida, travada e se virou e demonstrando o medo que sentia disse perguntou:
- Quem é você? Que porra é você?
- Eu sou um coração, o coração do seu ex-marido, não quero fazer mau nenhum a você apenas quero conversar. Tem coisa que preciso lhe dizer.
- Então é verdade.. Respondeu Isa surpresa – Então é verdade o que a minha mãe me dizia, que quando um alguém é muito irresponsável com seu coração ele pula do peito das pessoas e sai por ai, voltam e nunca se sabe exatamente o que acontece com eles.
- É mais ou menos isso, podemos sentar em algum lugar e conversar?
Engolindo o medo ela respondeu:
- Sim, preciso ir pra casa, pode ser lá?
Respondi que sim e ela me ofereceu um espaço na bolsa dela para eu descansar. Fomos e quando chegamos ela me deixou em cima de uma pequena mesa de cozinha, ela morava numa kitnet bem pequena mas bem organizada, fofa com as paredes num tom bege, tinha um fogão, geladeira, um sofá cama, tv e um armário que parte era pra roupas outra para as comidas e utensílios de cozinha. Ela se se sentou à mesa e perguntou:
- Eu só estou te ouvindo, pois nunca que um coração parou pra falar comigo. Então pode falar.
 - Eu me sinto culpado, mas estou falando de mim, o coração, aquela noite segundo ele foi um acidente mas não posso afirmar isso, eu não tenho olhos. Tudo que acontece há minha volta nunca é visto, é apenas sentido. Eu senti você esmurrando o peito dele e a respiração dele ficando mais forte, eu tinha raiva e muito medo, sentimentos são meus alimentos e o de qualquer coração Isabela, e nunca temos a opção de negar a comida ou de vomitar o que comemos muito pelo contrário, temos que engolir tudo, socam essas coisas na gente e falam que nós somos burros. Queria lhe dizer que te amo, pois você me alimentou das melhores coisas, coisas que valiam a pena viver e vim pedir desculpas...
Ela estendeu sua mão, como um sinal para eu parar de falar, logo disse:
- Ele, quase me matou. Você veio pedir perdão.
- Eu sei mas eu quero te sentir de novo, e foi ele que fez isso, eu não fiz nada... Poderias estar tentando te reconciliar. Mas não é isso, eu quero apenas o perdão, apenas sentir paz.
Ela parou e me olhou, ficamos em silencio por uns instantes, ela perguntou?
- tudo de bom que você sentir ele vai sentir?
- tudo que eu sentir ele vai sentir – logo respondi
Ela se levantou e foi no armário e pegou um martelo de amaciar carnes:
- Ele me estrangulou, aquele filho da puta quase me matou por causa de ciúmes, eu não quero nada de bom, ele não merece, eu não te perdoo e nem ele!!! FILHAS DA PUTAAA!!!.
Ela me bateu com aquele martelo, me bateu tanto que fez um buraquinho em mim, e eu sei que toda aquela dor ele sentia ao mesmo tempo, pois eu era capaz de controlar aquilo e eu queria que ele sentisse isso, desgraçado. Isabela me jogou pra fora do apartamento. Levantei bambo e fui embora.
Demorei, mas cheguei em casa. Bati na porta, ele abriu e quando me viu abriu um sorriso:
- O que tem na sacolinha? - Perguntou ele, com um sorriso estampado:
- Amigo...  Precisamos conversar.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Inside (Ou o Sustentável peso do fictício) Pt. III

                                         PARTE III – AS BATIDAS DO SEU CORAÇÃO PARARAM

Cheguei em casa, outro dia normal, troquei o lençol e tudo que tava sujo de sangue, comi feijão com farofa apenas, liguei a tv. Noticias, propagandas, o peito dói, mais um episódio (a casa das brasileirinhas) , mais uma bronha, mais um café. O ultimo toco de cigarro, é difícil fumar na minha situação. Estou na minha casinha, com um frágil conforto.
Desde que eu me separei, nunca mais eu tive algum sentimento de inquietação, não tive euforia, nem surpresas, descontrole, alegria ou raiva, não senti mais nada além da tristeza, solidão e não é coisa de fase, é solidão real eu moro numa pensão.
O dia todo tem pessoas passando por mim, eu sentado no sofá em câmera lenta e todos trinta vezes mais rápido, me sinto um adotado pelo mundo, o mundo não me adotou por amor, me adotou para ser seu escravo. sinto exclusiva raiva de mim mesmo, que eu acho que é muito maior que qualquer raiva, não dou nome a esse sentimento. E também culpa, também tenho culpa. É muito difícil admitir culpa, mas nunca vi problemas em pedir desculpas, mas nunca tinha sido sincero, mas dessa vez eu queria ser, pela primeira vez eu senti a dor de alguém, ou senti dor por alguém, ou senti dor por ter feito dor em alguém.
Antes eu tinha alguém que esbarrava nos móveis, que queimava feijão por que se distraiu com alguma coisa na tv, um apartamento apertado vazio aperta o coração de quem nunca viveu sozinho.
Não é querendo me gabar, ante ontem foi o meu aniversário. Uma vez fizeram uma surpresa no trabalho, levaram bolo e bexigas, comemos tudo numa praça mesmo, bebemos, eu tinha amigos simples e humildes e que me amavam por quem eu era. Mas esse ano, só tinha uma bexiga meio murcha no meu quarto e ninguém tinha me dado ela por amor, eu peguei ela de uma moça que estava vendendo crédito do Ibicard com parcelas fixas e juros abaixo do mercado, nem sei como ela parou lá, as vezes eu trago tanta coisa inútil da rua, guardo todos os papeis de dentistas.
Eu fui dormir, nem pensei em fazer qualquer tipo de coisa, ironicamente eu acendi uma vela, parabéns pra mim.
Novo dia nova vida, acordei disposto, foda-se, vou me levantar. Esse vazio no peito me incomoda demais, mas estou vivo, sou capaz de superar a dor, só eu andar mais devagar que eu não vou ter tanta perda de ar.
Sorriso no rosto dentro do trabalho, o patrão fica feliz, a faxineira recebe um bom-dia, a supervisora recebe um sincero beijo no rosto “Como você esta?”
depois da minha pausa cai o retorno pra aquele sujeito que eu falava no outro dia, o que estava no carro, liguei, demorou pra atender, mas atendeu. Atendeu uma mulher: - Amigo, o Marcio tava falando no celular e bateu o carro num ônibus do cruzamento a 60 por hora, não aguentou um instante. Você é amigo? Quer ir no velório?
Eu não sabia o que dizer, eu matei Márcio. Desliguei a ligação de imediato, parei um pouco e falei pra minha supervisora o que tinha acontecido, ela disse:
-  Não se sinta mau por isso, ele que quis falar com você e pelo menos você não se identificou, se tivesse feito isso seriamos processados e você rodava junto!
Isso me acalmou mas minha cabeça ainda estava a milhão. Fui embora até mais cedo, pensar que fui responsável pela morte de alguém me deixou perturbado, mas minha meta estava batida e vou ganhar bem este mês, no caminho eu reparava no tanto de gente que sai do trabalho as seis da tarde e eu saindo todos os dias pelas nove da noite, eu trabalho menos que eles, ou trabalho mais só que em menos horas, pois trabalho apenas meio período. Esta tudo bem assim, tenho um pequeno mundo em minhas mãos só que eu não consigo sustenta-lo. No caminho um amigo antigo me encontrou, não o via fazia muito tempo:
-  A argentina é um bom lugar pra viver? Perguntei a ele.
- Olha, eu gostei, mas de uns dois anos pra cá não esta tão bem assim, a economia deles esta mais confusa que a nossa. Pelo menos a gente sabe que estamos na merda.
Rimos e eu respondi:
- Eu não penso em sair daqui, não tão cedo, ou não sei. E que nunca me imaginei vivendo fora daqui.
Fabio encheu seu copo, deu um gole e fez uma cara de “mais ou menos” para cerveja, ele tinha comentado que a cerveja por lá é muito melhor do que a vendida no Brasil, mas ele afirmou que é apenas questão de gosto:
- Tu tá trabalhando com vendas né?
- Eu tô num telemarketing.
- De vendas? Perguntou Fabio:
- Sim. E você?
- Tô trabalhando com tradução, do castelhano pro português.
Só gente arrogante fala castelhano pra se referir ao espanhol, o Fabio era muito arrogante, a gente se conheceu no terceiro ano do ensino médio, é de boa família, sempre teve tudo o que queria principalmente seu jeito esnobe que no fundo ele ama ter, porém é um cara legal, tem seus defeitos, ele é bem mais ou menos. Ele prosseguiu:
- Quando a gente não pode fazer nada, a gente avacalha, avacalha e se esculhamba – Deu um gole na “cerveza”, como ele dizia apenas pela força de habito de ter falado apenas ESPANHOL durante uns anos.
- Você esta bem cara?
- estou, oras!
Respondi meio sem jeito, nem sei por que ele disse. Não sei se ele realmente envacalhou na vida em algum momento. Tava tarde, voltamos pra casa com um sentimento de situação estranha que ocorreu.

terça-feira, 20 de junho de 2017

Inside (Ou o sustentável peso do fictício) Pt. II

PARTE II – O PÁSSARO AZUL DIZ, PARA QUE VAI E QUEM FICA.

O mundo é bem perigoso para um coração que anda fora do corpo, geralmente as pessoas tem medo da gente, mas precisam de nós, é um pouco hipócrita mas eu as perdoo, meu amor, eu sou o símbolo do amor, eu sou um coração que não aguentava mais tanta comida engordurada e tragada de cigarro na cara.  Sai para dar um rolê, não sei quando volto, volto quando eu resolver duas questões pendentes.
Por favor, parem de falar que eu faço vocês agirem de maneira inconsciente, olha pra minha situação. Criei pernas e braços, estourei o peito do cara a onde eu morava e estou aqui, para resolver os problemas que a mente dele criou. Um coração não é tão bobo quanto você pensa.
Quando reparares em mim, ou em qualquer coração, peço que parem de ter medo, afinal, você também tem um coração, ele esta dentro de você, ou esta por ai, em uma jornada igual a minha, na verdade o que eu decidi fazer é algo raro de ser visto. Alguns se acomodam com a dor, eu não. Corações são vitimas do que eles deixam sofrer.
Eu precisava encontrar uma pessoa, eu tinha o conhecimento dos lugares que ela passava antigamente, não sei se frequenta os mesmos lugares ainda, eu tenho medo que não, sua vida deve ter mudado drasticamente, mas já se passou um ano. Mas o tempo é relativo? Será que realmente é? Eu acredito que sim. Minha vida de coração é trabalhar sem parar pra manter outra pessoa viva e geralmente sem ganhar nada em troca, a única coisa que eu ganho, são pequenos trocados de sentimentos, nem sempre é bom, mas é magico essa transição de diversos sentimentos. Eu amo minha existência, e por ama-la, devo deixar tudo resolvido, tudo calmo, tudo de bom, para que eu possa viver, com a consciência que vou sofrer por toda a minha vida, mas 

segunda-feira, 19 de junho de 2017

(Postagem sem comentários)

Fazer o que se eu
bebo pela amanhã não quero
companhia.


Eu queria mesmo era um sofá
Deitaria minha cabeça no braço
e meus pés no peito, eu não vivo
muito tranquilo apesar de viver
seguro na minha caverna e
nunca sair de lá e sempre
chapar de ficção

Eu nasci aqui e morro aqui,
pelo menos é o que tudo indica,
não renovo minhas redes sociais
eu morro e vivo bem devagar
Quando o filme acaba,
Enfio outro filme pela
goela. Não faço mais comentários,
Ou você é crítico ou é
inteligente, os dois não
dá.


Faço o que quero desde que minha
mãe deixe, não atualizado minhas
redes sociais, não que uma
serviria pra muita coisa,
não que eu sirva pra muito.

postagem sem comentários.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Inside (Ou o sustentável peso do fictício) Pt. I

PARTE I – O PÁSSARO AZUL SAI PARA DIZER O QUE DEVE DIZER.

Eu sempre enxerguei mau, agora que vejo o caos desta maneira que nunca tinha visto antes, vejo pior que antes. Nada mais é impressionante que o dia ensolado à trinta gruas com nuvens cinzas, nenhuma gota de chuva, o inferno na terra é feito de concreto cinza e demônios que pixam palavras de resistência à ele.
Tudo, de novo, é um tormento, mas não me impressiona, aqui é horrível, se Deus vier, que ele desça armado e com um boque de flores.
O que eu venho lhe contar, é sobre o dia que meu coração saiu de dentro do meu peito, pela segunda vez. Foi após ou enquanto eu tinha sonhos intranquilos, é senti uma dor muito forte e um calor fora do comum, acordei e a primeira coisa que eu vi foi meu colchão todo vermelho, quando levantei meu tronco senti uma dor absurda, grave, olhei para meu peito, “de novo não”, logo pensei ao ver meu peito com um buraco mais uma vez e automaticamente desmaiei. Acordei, o sangue já estava seco, o melado que fica na pele quando o sangue seca é o mesmo de quando o sorvete derrete na sua mão, só que da um certo medo é um pouco mais chato de limpar, sangue deixam manchas que saem com cloro nos tecidos e na pele você tem que esfregar um pouco pra sair eu fiquei. Quando acordei faltava apenas uma hora pra eu sair pra trabalhar, deixei tudo sujo mesmo, apenas fui me limpar e fazer um curativo pra evitar que infeccione.
Todo coração é forte, ele é um músculo que funciona 24h por dia sem parar em nenhum momento durante toda sua vida, você que é fraco, sua mente é fraca, seus conceitos de ética e moral são fracos, nós somos fracos e despreparados para o mundo que vivemos, e o coração não merece aturar esse mar de merda que fazemos e todo esse colesterol ruim que comemos. Nós somos fracos.
“Boa tarde sinhô, e sinhoras”, dizia mais que vendia balas e salgadinhos em mais um ônibus, nunca vi tanta gente a deriva, sem emprego, não existia Mar Azul para essas pessoas já fazia tempo e o engraçado, nenhum tinha uma tática de venda diferente, eles me venciam a benção de deus em seus discursos invés de balas e água gelada, existem exceções, claro, mas em geral, todos procuram seu sustento e um conforto, eles encontram em deus. Um conforto que se pode se tornar comodismo.
Cheguei no trabalho, chegar no trabalho é fácil, difícil é aguentar ele, eu me lavei super mau ainda tinha machas de sangue nas mãos e tinha sangue no meu cabelo e sobrancelhas, eu queria ter amigos no trabalho, todos que passavam por mim não diziam nada, eu não existia.
Meu trabalho era oferecer planos de internet, televisão e telefone fixo para qualquer pessoa. Eu vendia planos de tv por assinatura. Vendas é algo que exige malicia e inteligência, era difícil, mas nem tanto, as vezes exigia mais falta de caráter do que as outras coisas citadas. Pois ninguém lá é correto, ninguém ganharia um premio de funcionário do mês se o critério para isso fosse a honestidade. A globalização me colocou nisso, eu já nasci dentro disso, nós nascemos dentro disso. Nós somos uma geração sem peso, que não anda fazendo muita relevância pra historia, e mundo pesa em nós, e geralmente. Não aguentamos tanto peso.
O dia passa muito devagar dentro da empresa, lá é um lugar feito pra pensar em trabalho, apenas isso, mas naquele dia, eu estava maluco, frustrado e ansioso, mas foi um dia normal, aonde eu ligo pra pessoas em diversas situações, desde fazendo massagens, até coisas triviais, jantando, dirigindo. Um dos que estavam dirigindo não me deu muita bola, “O senhor esta perdendo uma grande oportunidade.”, dizia eu, era ouviveu vozes de crianças ao fundo, o cara da ligação dizia que não podia falar, logo em seguida vários tum-tuns bem fortes e a ligação se encerrou. Não valeu a pena segurar ele na linha, nem passei o preço dos produtos pra ele, mas marquei um retorno.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

QUERO QUE VOCÊS SE FODAM SEUS MERDAS

Eu sou a raiva dentro de um
pote de maionese Soya,
quer me passar no pão?
Coma.
Não suporto mais as rimas sobre
respeito para a quebrada seguindo
de um "viadinho"
"SANGUE!" É O QUE RESPONDEM,
Quero ver se matarem a facadas,
querem ver serem mortos.
A intolerância roda embaixo de nossos
narizes e no coração enrustido
de bolsonaros. Mas ninguém pode
fugir da intolerância, apenas devemos
crescemos intolerantes, num mundo errado
no meu ponto de vista, ainda o construímos
não tenho esperança em Nós, cuzões de
merda que somos
mudar.
outra
coisa,
As bandeiras que ergueu contra e
a favor dos governos estão
caídas, o governo não, e sinceramente quero
que vocês se fodam seus merdas
eu estou triste por não me sentir humano,
queria no minimo ter empatia. Meninas choram nos
corredores das escolas e nós não há abraçamos
tenho desprezo por quase toda a humanidade
Se foda o povo do CC, as quebradas, os burgueses
TODOS.
poucos viraram reais
amigos, Tenho saudades de um gato.

da minha casa que não tive dinheiro
pro aluguel.
A raiva que tenho da
putaria e da pornografia, da solidão,
DA VONTADE DE FUDER O CU DOS OUTROS.
A FACILIDADE DE FUDER A VIDA DOS OUTROS.

SEUS FILHAS DA PUTA DO CARALHO MACHISTAS
HOMOFÓBICOS XENOFÓBICOS ENRUSTIDOS DE MERDA
EGOÍSTAS E ARTISTAS DE EGO INFLADO QUERO TODOS
MORRAM, NÃO FARÁ DIFERENÇA PARA MIM SUA EXISTÊNCIA
OU NÃO, MAS DOÍ SABER QUE VOCÊS EXISTIREM.
ME DA UMA ARMA QUE EU ATIRO NA MINHA CABEÇA
E ESPIRRO SANGUE PRA VOCÊS LIMPAREM
EU ME MATAREI, DOÍ SABER QUE SOU IGUAL A VOCÊS
POIS SOU UM LIXO IGUAL A VOCÊS.

sábado, 27 de maio de 2017

Transtorno

Quanto tempo se passa
deitada na minha cama
ele, ser. Índix?
Quando quer
quando pode
quando bebe
quando fode
quando come
quando baba
quando sete 

            (verbos de quatro letras)
eu, experimentei
a loucura e cresci,
estou bem querendo ficar longe
de você, filhx de facho.
Eu estou no escuro colecionando
garrafas do ninho de mafagafos

eu respeito seu código binário
quando se esquecer das humanidades
quando você voltar sozinhx
pra casa.

uuuuuuuuuuuuuuuuuaaaaaaaaaaaau

desce mais.
o sentido da minha vida,
escrito por uma maquina.
não sei se quero me curar
maquinas dizem: 
10100110.
esta tudo bem?

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Dipirona de placebo Araujo

Eu não vou tomar
remédios por mais de
um mês mais ou menos.

Take Joy.

Uma paz de espirito nova bateu
na minha porta e
eu abri e vi, em cachos
algo bom
isso aqui ta uma uva.

Isso tudo pode ser verdadeiro
mesmo que criado em minha
mente, o que mente cria,
em algum lugar é existente.
somos a imagem e semelhança
de deus, eu posso criar

mundos em sete dias
e amar
incondicionalmente.
Posso te dar a vida
eterna, até o dia
que queimem todos meus livros.


Mas eu não amo tanto
assim, eu estou muito
duro.
Mas eu te amo tanto feito.


É real, mas tudo que
é sólido desmancha-se
no ar.

E eu nunca tomei um remédio
por mais de um mês.

Com você me dopo na cama
me chapa, mas não sei se poderei tomar
mais, mas quero.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

SADBOSTA

você é uma piada
ao dizer
que isso de ser triste

o tempo todo deve ser
valorizado,
o problema não é valorizar
o problema. S A D B O Y,
nem rede social, cigarros ou
franquia de cafés.
A vida não é romance.


A vida e a bosta de cachorro
que pisamos, isso estragaria sapatos
e dias de muita gente,
eu já não me importo, se eu
pisar, vou e limpo,

minha vida permanece a mesma.
Olho pra frente, um senhor cai,
um infarto o matou,
uma flecha acaba de matar um pássaro
na floresta, terroristas
islâmicos fuzilaram
cristãos, uma madeireira ilegal é desmanchada,

no confronto, dois feridos a bala.

Eu ainda estou triste, com vida
que não é romance, que não é rede
social nem marca de cigarro,
o universo explodiu
meu mundo acabou
dane-se o outro,

estou triste pois
não encontro mais Camel
na promoção.


em notas miúdas, venho falar
que o mundo esta caindo caindo
e que estou triste.
SADBOSTA nasceu 1998
com o ideal de fazer você feliz, 

te trazer soluções inovadoras para
poesia. venha fazer um orçamento
não custa nada dar um abraço.


SADBOSTA
não custa nada me dar um abraço.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Noite

É divertido falar sobre
a noite. A
cada dez anos sentimos a
a diferença que ela faz
em nossas vidas e
Londres é muito longe...

Existe arte
em nós, e,
sem que percebas, pincelamos
com cinza,
com manteiga e
pão.

Me de um embalo
junto de sua
companhia
que eu ficarei
bem.

A marca do
cachorro.
O teu gosto.
Rima e
Godard.

domingo, 19 de março de 2017

Adan

Adan era louco.
Nunca ia direto para o ponto de ônibus quando saia do trabalho mas quando estava indo para o trabalho ia direto com pressa e medo de se atrasar e sempre chegava mais cedo. Andava sempre o mesmo caminho na tentativa de encontrar alguém mas nem sempre encontrava, que dizer, raramente encontrava, Adan tinha duas amigas.
Adan tinha duas amigas que tinham uma paixão fora do comum e um desejo de viver muito acima que o que ele tinha, enquanto esperavam o ônibus de uma delas na rodoviária, trocavam beijinhos e sorrisos, Adam sempre se emocionava. “Que lindas elas são e esta frio hoje", pensava e guardava pra si mesmo, o Senhor Adan.
Adan não tinha muita companhia, morava sozinho, não podia ter cachorros, não gostava de ver pássaros em gaiolas e nunca entendeu por que tem gente que gosta de ver um peixe nadando em um cubículo. Adan não se sente bem em relações casuais mas sentia falta de uma boa foda, ele batia punheta todo dia, já ficou tão frequente que já não tinha mais graça, ele gozava e não sentia nenhum prazer, só a sensação do esperma escorrendo por usa mão, que praticamente não era a metade do que uma pessoa normal ejaculava andava sendo o suficiente.
Um dia ele pagou para fazer sexo, foi péssimo. se sentiu mau por aquilo e pelo dinheiro que gastou, "podia ter comprado berinjelas invés disso" pensou Adan.
Adan comprava e consumia uma linda imagem de romance hollywoodiano, a carapuça serve faz tempo. Adan sonha com seu príncipe encantado todas as noites, acredito que sua carruagem capotou no caminho e o príncipe não pode ser atendido a tempo pois os paparazzis estavam em volta fotografando seu corpo com o pescoço quebrado. Essa capa de tabloide nunca foi divulgada, mas talvez seja possível encontrar num site de Gore qualquer.
Eu conheci Adan no hortifrúti do mercado, ele tinha ido comprar três quilos de Berinjelas, achei engraçado e salvei o numero de seu telefone fixo como "Adan Berinjela", conversamos pouco ele me convidou para ir na sua casa, me ofereceu sua bebida favorita, água com gás e suco de limão, me contou que um dia foi casado, tinha companhia na cama e também tinha um Poodle, berinjela era sua comida favorita e que é o melhor alimento para se levar em uma marmita.
Ele contou sua historia mais triste que era a do seu filho que foi para o exercito e nunca mais deu noticias, um ano depois disso sua esposa se foi também, já não suportava mais tanto sofrimento. Adan disse olhando-me nos olhos.
Se for para meu feliz, e melhor ele ficar por onde esta, aqui ele não vai conseguir.   

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Os Homens

Os Homens se encontram na reunião
mundial de Homens para discutir
quem deles é o Homem mais Homem.
Para eles, existia apenas um
fator relevante para
saber quem é mais homem.
O tamanho do pau.


Enquanto estavam nus,
conversavam sobre as
suas mulheres, brigas

e deveres de Homem.
e coisas de Homem
e como é ser casado
e como tinham nojo
de homem que da pra Homem

e da honra que era estar
competindo com os maiores Homens
do mundo.


Os juízes chegaram, eles
começam a medir o pau de cada um
com grande rigorosidade, para que
nenhum centímetro
seja esquecido e nem

que pareçam maiores do que são.
Os que estivessem com tamanho
abaixo da media eram transformados
em "putinhas".

Para eles, o "putinha" era o
Homem menos Homem,
ou seja, o que tinha o menor
pau. para eles, era dever de
homem transar com ele.

Naquela edição do evento
houve uma grande surpresa,
um Homem gay estava entre os participantes
da convenção mundial dos Homens.
Homens Gays eram proibidos, pois
a organização acreditava que
apenas Homens machos,

não viadinhos, deviam estar lá.

Mas ele estava lá,
para os outros Homens
ele nem precisava ser medido,
ele já era uma "putinha" automaticamente.

E para a surpresa dos Homem.
Ele tinha o maior pau de todos.

Ninguém estava aceitando isso,
Achavam um absurdo aquilo,
como um Gay podia ser mais homem
do que eu? Como um Gay pode ser
chamado de Homem?


Injuriados e furiosos,
todos os perdedores o estupraram
pelo o fato dele ser um Homem
e ser Gay. algo que eles não
eram

Mas eles eram homens?

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Anatomia

Abra e feche
rapidamente tuas narinas,
tente pela terceira vez se matar.
Talvez não, não vale a pena viver
para tentar tanto.

Rasga e mostra sua tua
carinha. Tô esperando com
Pressa e calma por que
eu só acordo as dez.

Seus vasos sanguíneos
dilatarei a base de
beijo e maconha.

Já bebemos por
uma noite, sem comer,
nós aguentamos meses.

Quando poderemos ser
normais e pirados?


Você aguenta ficar
neste mundo que surgiu
do nada?
O nosso.